28 de novembro de 2009

Metodologia permite identificar espécies de tubarões pescadas no litoral brasileiro

Publicado em 01/03/2009 | Atualizado em 23/09/2009

Exemplares de tubarão da espécie Rhizoprionodon lalandii (fotos: divulgação).

Os tubarões, animais entre os de maior perigo de extinção do planeta, são livremente capturados em quase toda a costa brasileira – exceto no Rio Grande do Sul, onde há uma lei que proíbe a pesca de cinco espécies. Devido a essa falta de regulamentação e à demanda crescente por carne e nadadeiras de tubarões, pesquisadores afirmam que em 10 anos, se nada for feito para controlar a pesca industrial e artesanal, aproximadamente 90% das espécies desse peixe terão desaparecido no litoral do país.

Frente à escassez de dados relativos às espécies mais capturadas, o biólogo Fernando Mendonça, do Laboratório de Biologia e Genética de Peixes da Universidade Estadual Paulista (Unesp), criou uma metodologia para identificação dos tubarões pescados na costa brasileira. Segundo Mendonça, a metodologia já possibilitou a identificação de 12 das 25 espécies existentes no litoral brasileiro e, em breve, poderá abarcar todas.

A técnica usada por ele, chamada PCR-multiplex (reação em cadeia da polimerase, na sigla em inglês), envolve a identificação das espécies por meio de um exame de DNA. “Cada espécie tem características genéticas exclusivas e são essas diferenças que possibilitam a identificação”, explica o biólogo.

Pequenos fragmentos de tubarões pescados (músculo, cartilagem, pele, sangue etc.) são recolhidos em mercados e em desembarques de peixes, e, com a autorização dos pescadores e comerciantes, levados para laboratório para a realização do exame de DNA. Como a pesca de tubarão é realizada em todo o litoral brasileiro, a coleta de amostras foi feita em diversas regiões onde o desembarque é mais frequente. Salvador (BA), Macaé (RJ), Ubatuba e Santos (SP), Itajaí (SC) e Torres (RS) são algumas das cidades.

A metodologia dispensa a análise morfológica das espécies e seu processo laboratorial é simples e de baixo custo. Um segundo passo do processo consiste na avaliação da proporção de espécies mais capturadas em relação aos seus estoques originais, o que possibilita a fiscalização daquelas em maior declínio populacional e que precisam de maior proteção.

Preservação e comércio

Carne de tubarões exposta no mercado de peixes em Ubatuba (SP).

Além de criar bases para o desenvolvimento de planos de conservação das espécies ameaçadas, Mendonça aponta outros aspectos beneficiados pela metodologia: “Os dados gerados também podem ser aplicados comercialmente como método de certificação da carne e, principalmente, das nadadeiras. O comércio das nadadeiras de tubarão é legalizado, extremamente lucrativo e tem seu preço determinado também pela espécie à qual elas pertencem.”

Grande parte da pesca de tubarões no litoral brasileiro se deve à chamada ‘captura acidental’, na qual os animais ficam presos na rede de pesca sem serem o alvo de captura. Como as nadadeiras de tubarão são muito valorizadas no mundo todo (na Coréia, seu valor pode chegar a US$ 400 o quilo), os animais não são devolvidos ao mar.

Em especial na pesca industrial, eles já chegam ao porto cortados e abertos, prejudicando assim o reconhecimento das características morfológicas das diferentes espécies. Por isso, apenas 22% dos tubarões capturados no Brasil recebem algum tipo de identificação. Os demais são conhecidos apenas por seus nomes populares – tubarão ou cação – que, em geral, abarcam mais de uma espécie.


Isabela Fraga
Ciência Hoje/RJ

Cebola contra poluição.

Análise da raiz permite identificar alterações causadas pela poluição não detectadas por outros testes

Publicado em 15/07/2009

A utilidade da cebola pode ir muito além da culinária. É o que mostra uma pesquisa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que utilizou bulbos de cebola para medir a qualidade das águas do rio Paraíba do Sul. O teste da cebola identificou uma série de alterações causadas pela poluição não detectadas pelo monitoramento da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) em dois trechos críticos do rio em São Paulo.


A bióloga Agnes Barbério, professora da Universidade de Taubaté, que realizou a pesquisa durante seu doutorado na Unicamp, utilizou o teste da cebola (Allium cepa) para avaliar a qualidade das águas do Paraíba do Sul nas cidades de Tremembé e Aparecida.

No teste da cebola, os bulbos são mergulhados nas amostras de água do rio Paraíba do Sul. O teste é capaz de identificar alterações celulares causadas pela poluição (foto: Agnes Barbério).

Amostras de água coletadas durante os anos de 2005, 2006 e 2007 foram submetidas ao teste Allium, que consiste em mergulhar os bulbos de cebola nas amostras de água e esperar que eles criem raízes. Depois, as raízes devem ser cortadas para análise do meristema radicular, tecido que contém células indiferenciadas com capacidade de divisão contínua.

A análise do meristema permite identificar alterações que comprometem o funcionamento das células, como a inibição da divisão celular e anomalias cromossômicas, causadas pela poluição da água. Outro aspecto que pode ser observado é a ocorrência de problemas no material genético, como a formação de micronúcleos.

Enquanto os testes feitos pela Cetesb com bactérias e microcrustáceos deram negativo para toxidade crônica e para a presença de compostos mutagênicos, os testes feitos por Barbério apresentaram resultado positivo para outras amostras de água colhidas na mesma época. “As células da cebola, por serem mais complexas, apresentam resultados mais próximos dos animais e seres humanos, quando se trata de consequências da poluição, do que as bactérias”, explica a bióloga.

Efeito conjunto
Ela ressalta que uma das vantagens do teste da cebola é a possibilidade de avaliar o efeito conjunto dos poluentes no organismo. “Uma análise química pode concluir que metais como alumínio e chumbo, por exemplo, estão em níveis seguros”, afirma. “Mas essa análise é isolada para cada elemento, enquanto a integração deles poderia estar causando alterações citotóxicas e genotóxicas, como as encontradas pelo teste da cebola.”

Outras vantagens do teste, que já é aplicado em vários países e pode ser utilizado também para detectar a poluição do solo, são o custo baixo, a abundância da cebola, encontrada durante todo o ano no Brasil, a rapidez e a facilidade.

Barbério chegou à conclusão de que com apenas três bulbos de cebola é possível avaliar um trecho como o de Tremembé ou Aparecida. Ela acredita que esse conjunto de vantagens justifica a inclusão do teste da cebola no monitoramento bimestral feito pela Cetesb, que utiliza outras 50 variáveis.


Tatiane Leal
Ciência Hoje/RJ

Programa Verde de Turismo “Crie Raízes na Bahia”

Considero boa iniciativa.
Agora, espero que daqui a um ano o Parque de Pituaçu não seja mais e mais devastado.Pois, existe a proposta de ampliar o Estádio de Pituaçu.

Crie Raízes na Bahia, Programa Verde de Turismo é lançado em Salvador

Da redação

A partir deste verão os turistas que chegarem a Salvador terão a oportunidade de plantar uma árvore e neutralizar os danos ambientais que causaram com a sua chegada na Bahia. O programa “Crie Raízes na Bahia”, iniciativa pioneira da Secretaria de Turismo e Bahiatursa, em parceira com a Secretaria do Meio Ambiente, é voltado para o turista que se preocupa com as mudanças climáticas do planeta e quer prestar sua contribuição à natureza.

O projeto começa em dezembro deste ano, com término previsto para março de 2010 e irá oferecer roteiros de graça, duas vezes por semana, partindo dos principais hotéis da cidade a bordo do ônibus turístico, movido a biodiesel, Salvador Bus. O plantio será feito no Parque de Pituaçu e o visitante poderá acompanhar o crescimento da árvore, através do programa Google Earth, além do site. A divulgação será feita através de campanhas publicitárias, folheteria, camisas e bótons que estarão espalhados no aeroporto, postos de informação e hotéis.

“Promover o turismo sustentável é a nossa grande preocupação. O Crie Raízes na Bahia, além de contribuir para a preservação do meio ambiente, fortalece os vínculos e agrega valor à experiência do turista no estado”, explicou a presidente da Bahiatursa, Emília Salvador Silva.

O lançamento ocorreu, no dia 27/11, durante o I Encontro Estadual de Gestores Públicos do Turismo, onde estiveram presentes cerca de 150 representantes dos municípios turísticos do estado. O programa foi apresentado pelos secretários estaduais de Turismo, Domingos Leonelli e do Meio Ambiente, Juliano Matos e pela presidente da Bahiatursa, Emília Salvador Silva. “Esse programa é uma ideia inteligente, inovadora e criativa, que une turismo, preservação e desenvolvimento ambiental”, disse Leonelli.

Também presente no evento, o superintendente do SEBRAE, Edival Passos, elogiou o programa. “As secretarias de Turismo e Meio Ambiente e a Bahiatursa estão de parabéns pela iniciativa de desenvolver um projeto excepcional que tem como eixo principal a sustentabilidade”.

O Banco do Nordeste, representado por Soraya Sena, confirmou o apoio ao projeto. “O banco se coloca à disposição de projetos como este, de suma importância para o desenvolvimento turístico da nossa região”, afirmou. Em 2010, segundo Soraya, serão destinados R$1,9 bi de recursos para o estado, sendo R$ 250 mi destinados ao turismo.

Serviço

www.crieraizes.ba.gov.br


Devemos mudar nossos hábitos em todos os sentidos.

Veja - Aquecimento Global
Contexto
A Terra em alerta

O planeta esquenta e a catástrofe é iminente. Mas existe solução


Ondas de calor inéditas. Furacões avassaladores. Secas intermináveis onde antes havia água em abundância. Enchentes devastadoras. Extinção de milhares de espécies de animais e plantas. Incêndios florestais. Derretimento dos pólos. E toda a sorte de desastres naturais que fogem ao controle humano.


Há décadas, pesquisadores alertavam que o planeta sentiria no futuro o impacto do descuido do homem com o ambiente. Na virada do milênio, os avisos já não eram mais necessários – as catástrofes causadas pelo aquecimento global se tornaram realidades presentes em todos os continentes do mundo. O desafios passaram a ser dois: se adaptar à iminência de novos e mais dramáticos desastres naturais; e buscar soluções para amenizar o impacto do fenômeno.


Em tempos de aquecimento planetário, uma nova entidade internacional tomou as páginas de jornais e revistas de toda a Terra – o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC), criado pela ONU para buscar consenso internacional sobre o assunto. Seus aguardados relatórios ganharam destaque por trazer as principais causas do problema, e apontar para possíveis caminhos que podem reverter alguns pontos do quadro.


Em 2007, o painel escreveu e divulgou três textos. No primeiro, de fevereiro, o IPCC responsabilizou a atividade humana pelo aquecimento global – algo que sempre se soube, mas nunca tinha sido confirmado por uma organização deste porte. Advertiu também que, mantido o crescimento atual dos níveis de poluição da atmosfera, a temperatura média do planeta subirá 4 graus até o fim do século. O relatório seguinte, apresentado em abril, tratou do potencial catastrófico do fenômeno e concluiu que ele poderá provocar extinções em massa, elevação dos oceanos e devastação em áreas costeiras.


A surpresa veio no terceiro documento da ONU, divulgado em maio. Em linhas gerais, ele diz o seguinte: se o homem causou o problema, pode também resolvê-lo. E por um preço relativamente modesto – pouco mais de 0,12% do produto interno bruto mundial por ano até 2030. Embora contestado por ambientalistas e ONGs verdes, o número merece atenção.


O 0,12% do PIB mundial seria gasto tanto pelos governos, para financiar o desenvolvimento de tecnologias limpas, como pelos consumidores, que precisariam mudar alguns de seus hábitos. O objetivo final? Reduzir as emissões de gases do efeito estufa, que impede a dissipação do calor e esquenta a atmosfera.


O aquecimento global não será contido apenas com a publicação dos relatórios do IPCC. Nem com sua conclusão de que não sai tão caro reduzir as emissões de gases. Apesar de serem bons pontos de partida para balizar as ações, os documentos não têm o poder de obrigar uma ou outra nação a tomar providências. Para a obtenção de resultados significativos, o esforço de redução da poluição precisa ser global. O fracasso do Tratado de Kioto, ao qual os Estados Unidos, os maiores emissores de CO2 do mundo, não aderiram, ilustra os problemas colocados diante das tentativas de conter o aquecimento global.


Perguntas e respostas
As origens, os efeitos e as perspectivas
Tire suas dúvidas sobre o fenômeno
Em dia
Promessas do Rio não foram cumpridas
Compromissos da Eco 92 e o que aconteceu depois
Editora Abril
Certifica.com

O mar vai ficar sem peixes?


20/02/2009 10:53

Cientistas dizem que o efeito estufa deixa o oceano mais ácido. E isso destrói a vida marinha. Alexandre Mansur

LARA HANSEN
POSIÇÃO - Cientista-chefe do Fundo Mundial para a Natureza (WWF) nos Estados Unidos. Monitora áreas naturais das Ilhas Fiji, Indonésia, Belize e Filipinas

O QUE FEZ - Trabalhou na Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos EUA

A bióloga Lara Hansen é cientista-chefe do Fundo Mundial para a Natureza (WWF) nos Estados Unidos e uma das maiores especialistas no impacto das mudanças climáticas na vida aquática. Quando criança, passava o verão nadando em lagos cercados por florestas no Estado do Michigan, onde cresceu. “Não gosto nem de pensar que meu filho, hoje com 2 anos, não vai poder nadar naqueles lagos quando crescer”, diz. Lara sabe que, segundo as pesquisas, o aquecimento do planeta poderá reduzir o volume de água disponível. Mas sua maior preocupação é com os oceanos. Eles estão absorvendo o excesso de gás carbônico que jogamos na atmosfera. E ficando mais ácidos. Se a tendência continuar, segundo alguns estudos, até o fim deste século apenas lulas e águas-vivas sobreviverão no mar.



ÉPOCA – Como o aquecimento global pode afetar a vida nos oceanos?
Lara Hansen – Os oceanos estão numa situação bem complicada, por causa de dois processos centrais. Primeiro, a temperatura do oceano está subindo. Segundo, a maior parte do gás carbônico que lançamos na atmosfera é absorvida pelo mar, e não pela Amazônia, como as pessoas pensam. No mar, esse gás vira ácido carbônico. É um ácido fraco. Mas sua concentração está aumentando tanto que os oceanos estão ficando mais ácidos. Esse processo preocupa porque, mesmo depois que pararmos de jogar tanto gás carbônico de nossas chaminés, o oceano vai continuar absorvendo o excesso da atmosfera.


ÉPOCA – Qual é a conseqüência disso?
Lara –
Como bióloga marinha, você aprende nas aulas básicas de Oceanografia que a acidez do oceano é estável pela quantidade de água envolvida. Tínhamos medo de mudar a acidez de lagos e rios por causa da chuva ácida, que é outro problema. Mas ninguém pensava que a acidez dos oceanos poderia ser alterada. Nós temos alguns estudos de lagos, mas espécies marinhas são muito diferentes, porque elas lidam com níveis de acidez estáveis, e simplesmente não sabemos o que isso vai significar. Medições feitas entre 1751 e 1994 mostram que, nos últimos 50 anos, o grau de acidez do mar, em pH, aumentou 0,1 ponto. Isso é medido em escala logarítmica. É como se tivesse aumentado 13 vezes. Até o fim deste século, a projeção é para um aumento de 300 vezes na acidez. Em determinado momento, a água fica tão ácida que dissolve o carbonato de cálcio e impede a formação de conchas.


ÉPOCA – Quando isso vai começar a acontecer?
Lara – Ainda não sabemos. Algumas projeções mostram que, se o processo continuar, em 2065 os recifes não poderão mais formar seu esqueleto. Pode ser antes. Os crustáceos, como camarões e lagostas, também poderão ser afetados. Eles terão dificuldades para reunir as substâncias necessárias para construir seus esqueletos, a calcita e a aragonita. Há estudos recentes feitos com corais. Mostram que, a partir de certo ponto, eles deixam de se formar e até começam a se desmanchar na água.


ÉPOCA – Você poderia imaginar um oceano sem camarões?
Lara –
Não. Eu não posso imaginar um oceano sem carbonato de cálcio. A vida no mar é baseada nessa substância. A cadeia alimentar depende dela. Peixes têm esqueleto. Tudo utiliza carbonato de cálcio, seja um esqueleto interno ou externo. Até alguns tipos de fitoplâncton precisam de cálcio. Só espécies como esponjas provavelmente sobreviveriam sem ele. Só que essas espécies têm outros limites, como a temperatura. Segundo um estudo da Universidade de San Diego (nos Estados Unidos), no ritmo atual, um dia o mar todo terá apenas lulas e águas-vivas.


ÉPOCA – Será que esses estudos não estão desprezando a capacidade que as espécies têm de se adaptar?
Lara – O problema é que essas mudanças estão acontecendo rápido demais para os mecanismos de mutação e seleção natural. A adaptação evolutiva é um processo mais lento. Você pode esperar que as espécies tenham alguma habilidade inerente para se aclimatar a mudanças, mesmo sem modificações genéticas. Mas a velocidade do que estamos vendo agora é muito intensa. Vimos isso em um projeto em parceria com o pesquisador Jay Malcom, da Universidade de Toronto, no Canadá. Estudamos grandes regiões naturais do planeta para avaliar em que velocidade as plantas terão de migrar para zonas mais frias e compensar o aquecimento climático. Elas não andam, naturalmente. As espécies lançam sementes, que vão brotando em áreas mais quentes, acompanhando a mudança do clima. No último período glacial, entre 50 mil e 14 mil anos atrás, as espécies conseguiram se deslocar no máximo 500 metros por ano. Acontece que, na maioria das regiões que analisamos, o aquecimento será tão brusco que as plantas teriam de migrar mais rápido que isso. Em 70% das regiões estudadas, as árvores teriam de migrar 1.500 metros por ano. Não há registro de nada parecido no passado. Nem nos estudos paleológicos de mudanças climáticas que ocorreram há milhões de anos.


Os manguezais ajudam a proteger os corais. Também reduzem os danos das tempestades


ÉPOCA – Por que essas árvores não se adaptaram ao novo clima?
Lara –
A adaptação leva muito tempo porque os genes dos adultos têm de ser selecionados pela incapacidade de reprodução de sua prole. Para isso, você tem de atravessar um ciclo de vida completo. Espécies com ciclo curto, como bactérias ou tipos de capim, podem se adaptar mais rápido. Mas, se você pensar em sequóias, com milhares de anos de idade, ou tartarugas, com centenas de anos, fica mais difícil. As próximas gerações dessas espécies levam tanto tempo para entrar em idade reprodutiva que um pequeno ganho genético não consegue compensar a mudança no clima.


ALIMENTO
Atuns no mercado de Tóquio. A acidificação do mar poderá afetar a estrutura óssea dos peixes
ÉPOCA – Essa deterioração dos oceanos já pode ser percebida de alguma forma?
Lara – Eu já vi isso. Quando fiz meu pós-doutorado na Flórida, estudei duas espécies de corais. Elas eram esparsas no Caribe. Mas você podia achá-las e até coletar pedaços para fazer análises. Agora, as duas espécies estão na lista de ameaçadas. Praticamente desapareceram. Outro dia tentei usá-las para ilustrar uma apresentação. Não consegui encontrar nem fotos boas desses corais. Eu não podia mergulhar para fotografá-los porque ninguém mais os encontra. E eram espécies que constituíam a maior parte da estrutura dos recifes de corais. As principais ameaças aos corais são a temperatura em elevação no mar, a susceptibilidade crescente a doenças e a força dos furacões. E hoje sabemos que essas três coisas estão relacionadas às mudanças climáticas.


ÉPOCA – Ainda dá para fazer algo para salvar os corais?
Lara –
Mesmo que o aquecimento global seja, em alguma medida, já inevitável, é possível reduzir ou adiar os danos aos corais. Estamos restaurando ou protegendo as áreas de manguezais nos locais onde fazemos pesquisas. Primeiro, os mangues produzem compostos orgânicos que reduzem a incidência de radiação ultravioleta, um dos fatores de descoloração dos corais. Os mangues também diminuem o escoamento de nutrientes da terra firme para o mar. Esses nutrientes, em altas concentrações, incentivam a proliferação de algas que prejudicam os corais.


ÉPOCA – Por que se fala tanto na conservação dos corais? Eles são tão importantes ou é mais uma questão estética?
Lara – É nos corais que se reproduz a maior parte das espécies de peixes, inclusive os que têm valor comercial. Espécies ameaçadas, como as tartarugas marinhas, também dependem dos nutrientes que os corais fornecem. Além disso, as formações de corais ao longo da costa criam uma espécie de barreira que protege o litoral das tempestades. Existem estudos recentes mostrando que, após o tsunami de 2004, as comunidades que tinham recifes de corais bem protegidos ou mangues conservados conseguiram se recuperar melhor que as outras. Os corais e os mangues reduziram o impacto destruidor das ondas do tsunami.


Fotos: divulgação e Franck Robichon/EPA/Corbis/Latin Stock

Oceanos estão saturados de dióxido de carbono


19/11/2009

Segundo estudo publicado na Nature, apesar do crescimento na quantidade total de carbono absorvido, capacidade de retenção dos mares está diminuindo.

Redação época, com agência fapesp.

Um estudo realizado nos Estados Unidos estima que os oceanos absorveram um recorde de 2,3 bilhões de toneladas de dióxido de carbono resultantes da queima de combustíveis fósseis em 2008. Com o aumento na quantidade total de emissões, entretanto, a proporção absorvida pelos oceanos desde 2000 caiu em cerca de 10%. Liderado por Samar Khatiwala, da Universidade Columbia, a pesquisa foi publicada na edição desta quinta-feira (19) do periódico científico Nature. Os oceanos têm um papel fundamental na regulagem climática, retendo cerca de um quarto de todo o dióxido de carbono lançado pela ação humana.

SAIBA MAIS

Agora, segundo o estudo de Khatiwala, os oceanos chegaram ao limite, tanto físico como químico, de sua capacidade de absorver o dióxido de carbono. Modelos climáticos desenvolvidos anteriormente já haviam previsto essa diminuição, e esta nova pesquisa quantifica a queda. “Quanto mais dióxido de carbono, mais ácido fica o oceano, reduzindo a capacidade de manter o CO2”, disse Khatiwala. “Por causa dessa consequência, com o tempo o oceano se torna um repositório menos eficiente. A surpresa é que podemos estar diante das primeiras evidências disso.”

Segundo o estudo, o acúmulo de carbono industrial nos oceanos aumentou enormemente na década de 1950, à medida que os oceanos passaram a tentar acompanhar o ritmo acelerado das emissões em todo o mundo. As emissões continuaram a crescer e, no ano 2000, atingiram tal volume que os oceanos passaram a absorver menos CO2 proporcionalmente, ainda que o total em peso tenha continuado a aumentar. Os oceanos mantêm cerca de 150 bilhões de toneladas de carbono industrial, um terço a mais do que em meados da década de 1990.

O mistério do menor tamanduá do mundo

tamandua

A menor espécie de tamanduá é o tamanduaí (Cyclopes didactylus). Mede meio metro (metade disso só de cauda) e pesa menos de meio quilo. Sua presença no Brasil é muito pouco conhecida. O primeiro levantamento de quantos existem por aqui e onde vivem está sendo feita na Reserva Biológica Rio Trombetas, no município de Oriximiná, no Pará. O projeto do Instituto de Pesquisa e Conservação de Tamanduás no Brasil, com apoio da Fundação O Boticário de Proteção à Natureza.

A distribuição original do tamanduaí abrange as florestas tropicais de centro e sul da América, em regiões abaixo de 1.500 metros de altitude. No Brasil, há registros da espécie na região amazônica e também alguns encontros esporádicos no Nordeste. Tirando isso, sabe-se pouco sobre quantos animais existem e quais áreas preservam as melhores populações.

Como o bicho é arisco, pequeno e boêmio (tem hábitos noturnos), não é fácil rastreá-lo. “Nosso trabalho de busca é feito em diferentes horas do dia e da noite. Cada expedição ao campo dura em média 15 dias com 10 horas de buscas”, diz a pesquisadora Flávia Miranda.

(Alexandre Mansur)

Revista Veja - acervo digital.

Colegas,

Recebi um email citando que a editora Abril esta disponibilizando um acervo digital dos últimos 40 anos da Revista Veja .

Muitos criticam a Revista Veja de forma ruim e assim nada construtiva.
Na minha opinião vale a pena ler a Veja e outras revistas para que o leitor possa dar sua posição a respeito de certo assunto.

Sabendo explorar a internet, ela concerteza será uma formadora de opinião.

Todas as edições da Veja dos últimos 40 anos..Vale a pena..
http://veja. abril.com. br/acervodigital /

Mantenham-se informados sempre!!

27 de novembro de 2009

EDUFBA promove Feira de Livros com preços especiais

Entre os dias 1º a 11 de dezembro, no horário entre às 08h30m e 17h30m, na Biblioteca Central da UFBA, a Editora da Universidade Federal da Bahia, promoverá a Feira de Livros da EDUFBA. O evento que já acontece há alguns anos, não podia deixar de ocorrer. Justamente para manter a tradição de bons preços, nessa edição os livros terão descontos de até 50%, servindo dessa forma como uma ótima maneira de presentear alguém ou a si mesmo.
SERVIÇO
O Quê: Feira do Livro EDUFBA
Quando: De 1º a 11 de dezembro de 2009, entre às 08h:30m e 17h:30m
Onde: Área Externa da Biblioteca Central da UFBA

feira_do_livroEntre os dias 1º a 11 de dezembro, no horário entre às 08h30m e 17h30m, na Biblioteca Central da UFBA, a Editora da Universidade Federal da Bahia, promoverá a Feira de Livros da EDUFBA. O evento que já acontece há alguns anos, não podia deixar de ocorrer. Justamente para manter a tradição de bons preços, nessa edição os livros terão descontos de até 50%, servindo dessa forma como uma ótima maneira de presentear alguém ou a si mesmo.

O Quê: Feira do Livro EDUFBA

Quando: De 1º a 11 de dezembro de 2009, entre às 08h:30m e 17h:30m

Onde: Área Externa da Biblioteca Central da UFBA

26 de novembro de 2009

Dia do SIG 2009

Terça-feira, 1º de Dezembro de 2009

Descubra o Mundo através do SIG

Participe desta Celebração Mundial.


Inscrições gratuitas!

Pelo e-mail: gisdaybahia@gmail.com ou no dia do evento.

Maiores informações http://gisdaybahia.blogspot.com

Apenas receberão certificado os participantes inscritos via e-mail

Vagas limitadas! Participe!

Programação

08:00-Credenciamento

08:55-Abertura do evento

09:00–Segurança pública e Geoprocessamento: Aplicabilidades e tendências - Prof. José Ricardo Negrão (UFBA)

09:30–Sensoriamento Remoto com ênfase no projeto: Território de Identidade- Sertão do São Francisco (BA) - Prof. Dra. Márcia Scheer (LEAGET/UFBA)

10:00–Sensoriamento Remoto em Oceanografia- Prof. Dr. Carlos Lentini (GOAT/UFBA)

10:30-Modelagem Hidrodinâmica –MSc. Taoan Franklin (GOAT/UFBA)

11:00-Servidores de Imagem – Mestranda Fabíola Andrade (IMAGEM)

11:30–Geoestatística aplicada ao estudo da paisagem – Prof. Dr. Augusto Minervino (RECOR/UFBA)

12:00–Intervalo

14:00-Uso de SIG na gestão das dos Recursos Hídricos no estado da BA – Eduardo Gabriel (Ingá)

14:30–Aplicação de Geotecnologias em estudos de Impactos Ambientais – MSc. Anderson Gomes (SIED/Conder)

15:00–Aplicação de SIG para gestão da Zona Costeira – Doutorando Adeylan Santos (LEC/UFBA)

15:30–SIG em Urbanismo- Prof. Dr. Gilberto Corso (PPGAU/UFBA)

16:00–Sorteio de Brindes

16:10–Mesa redonda “Cartografia na Bahia”

Fernando Cabussú (SCAR/CONDER), MSc. Rita Pimentel (SEI), Dra. Daria Cardoso (LACAR/UFBA-SBC)

17:00–Fechamento do evento

18:00–20:00h Minicurso - Introdução ao ArcGIS – Oc. Felipe Moraes

25 de novembro de 2009

Olá colegas,
Esta semana estou tendo o prazer de poder participar do I seminário sobre RPPN. Hoje foi o primeiro dia e neste dia teve como palestra aspectos jurídicos. No debate foi citado um caso que ocorreu na Bahia sobre um proprietário de RPPN ter sido preso por proteger sua reserva.
Todos julgaram como ato ilegal. Vocês souberam deste caso??
Infelizmente esse é a nossa Bahia, Brasil.

“Fui preso por defender minha reserva de mata atlântica”

sex, 21/08/09
por alexmansur |
categoria Geral

preso11.jpg

O baiano Norberto Hess foi preso ao tentar defender sua reserva ambiental particular dos tratores da companhia elétrica do Estado. Isso aconteceu na semana passada, no município de Maraú. Hess, ex-secretário do Meio Ambiente da cidade, foi parar na delegacia ao tentar impedir que a Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba) derrubasse irregularmente parte da floresta que compõe sua reserva particular.

Na foto acima, Hess está algemado na entrada de sua propriedade, onde fica a reserva particular de patrimônio natural (RPPN) que ele tentava defender. Abaixo, a imagem de um dos tratores da Coelba derrubando a floresta dentro da reserva.

Desde 2006, a Coelba e Hess vêm negociando a área que, segundo a companhia elétrica, precisa ser derrubada para a passagem de uma linha de transmissão de energia na região. Essa linha visa à expansão do sistema elétrico da região de Itacaré e da Península de Maraú. Para a Coelba, a obra é importante por se tratar de uma área de grande apelo turístico e que, segundo ela, já teria sido declarada pela Agência Nacional de Energia Elétrica como linha de utilidade pública.

Só que para levar a energia a essa região, parte da Reserva Particular do Patrimônio Natural Jureana, na qual Hess protege o que sobrou da mata atlântica baiana, precisaria ser desmatada. Hess tentou, mas a Coelba disse que um desvio na rota de 3 ou 4 quilômetros seria economicamente inviável. E, segundo Hess, a companhia não estaria disposta a negociar alternativas.

A Coelba alega que um estudo ambiental da área foi submetido ao Ibama e à Secretaria de Meio Ambiente do Estado da Bahia e que nenhuma irregularidade foi notificada. A partir disso, foi determinado que uma faixa de 15 metros seria desmatada na reserva de Hess. O proprietário, no entanto, afirma que no processo não há nenhum documento que confirme a licença ambiental do Ibama ou outro órgão. Ainda assim, Hess teria autorizado a intervenção nos 15 metros. Segundo ele, os funcionários da Coelba também passaram desse limite delimitado. A Coelba, em resposta a ÉPOCA, nega.

“Meu advogado afirmou que meu direito e dever legal era defender a reserva”, disse Hess. “Em alguns pontos, os 15 metros não foram respeitados, caracterizando invasão à minha propriedade. Parei as máquinas me colocando à frente delas, para negociar uma faixa sem a necessidade de derrubar a vegetação nativa. A Coelba não quis conversa e sentindo-se amparada pela decisão judicial, acionou a polícia que me algemou e me levou à delegacia de Maraú, como se eu fosse um criminoso.”

Biólogos estiveram na reserva e confirmaram a presença de macuquinhos baianos, uma ave rara e ameaçada de extinção. A ONG BirdLife estima que existam de 50 a 250 indivíduos no país. Segundo Hess, já foram confirmadas cinco dessas aves em sua fazenda. Mais seis outras espécies de aves com algum nível de ameaça também foram identificadas lá pelos pesquisadores. Além de outras espécies ameaçadas, como o preguiça-de-coleira, macaco-prego-do-peito-amarelo e o bugio.

(Thaís Ferreira)

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22 de novembro de 2009

UESC - Novidades

Colegas a UESC é uma das universidades mais conceituadas na área da biologia.
Pena que fica longe de Salvador.

Aprovada nova especialização
Gestão para Inovação e Sustentabilidade


Novo Doutorado na UESC
Desenvolvimento e Meio Ambiente


UESC - Pós-graduação em Sistemas Aquáticos Tropicais

O Reitor da Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC, no uso das suas atribuições, torna público que estão abertas as inscrições para a seleção de candidatos para o Programa de Pós-graduação em Sistemas Aquáticos Tropicais.

As normas constam no site:

http://www.uesc.br/cursos/pos_graduacao/mestrado/ppsat/index.php

INSCRIÇÕES ATÉ 30 NOVEMBRO 2009

UESC - PÓS EM ZOOLOGIA

Processo Seletivo 2010

Edital da Seleção - turma de 2010 Programa de Pós-Graduação em Zoologia

Inscrições: 28/09/09 a 11/12/09

Confere aqui!

Confere aqui documentos adicionais:

Formulário de inscrição, bibliografia recomendada, declaração do candidato, modelo de pré-projeto de pesquisa.

UESC - II SEMEIA - Seminário em Estudos de Impactos Ambientais


Nome: 40 anos de Avaliação de Impactos Ambientais: histórico e inserção na Política Nacional de Meio Ambiente
Data: 30.11.09
Horário: 8h – 18h
Local: Auditório Paulo Souto – (capacidade: 600 pessoas)
Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) – Rod. Ilhéus – Itabuna km 16 s/n – Ilhéus - Bahia
Público alvo: estudantes, professores, técnicos e gestores públicos e comunidade regional
Inscrições: As incrições são gratuitas e podem ser realizadas no site e local do evento (oficinas), a partir das 7h30 .

* O evento emitirá certificados.

Presidente do Partido Verde é autuado pelo IBAMA por desmatar mata nativa em Mucuri

O Partido Verde vem ressurgindo com um slogan de ambientalista mais nada é perfeito. Todos os políticos são iguais.

Vejam a reportagem abaixo:

O empresário Orlando de Oliveira é acusado de desmatar mais de 61 hectares de mata nativa e multado em R$368 mil
Presidente do Partido Verde é autuado pelo IBAMA por desmatar mata nativa em Mucuri

MUCURI - Fiscais do IBAMA constataram um enorme desmatamento numa área plana de 61,64 hectares de mata nativa nos limites da Fazenda Canaã, no município de Mucuri.

Diversas árvores nativas foram queimadas, sendo destruídos todo banco de sementes e à superfície do solo

De acordo com o site Teixeira News, os mais de 60 hectares de mata, que foram desmatadas e queimadas, estão dentro da fazenda que pertence ao empresário Orlando de Oliveira, o “Orlando Kaká”, dono da empresa Bello Fruit em Itabatã, e presidente de honra do PV de Mucuri.

Após visita dos fiscais do IBAMA a sua propriedade, o empresário e político foi multado em R$368 mil.

Esta notícia é deBahia Dia Dia Noticias - Noticias da Bahia, Porto Seguro, Itabuna e Teixeira de Freitas
(http://www.bahiadiadia.com.br/news.php?extend.1267 )


Praga branca está destruindo recifes de corais de Abrolhos


Sexta 20 Novembro 2009 - 09:18:57

Doença é causada por bactérias e ataca os corais-cérebros, espécie que é a principal responsável pela estrutura rígida dos recifes
“Praga branca” está destruindo recifes de corais de Abrolhos

BRASÍLIA/ABROLHOS - Pesquisadores têm constatado um grave e eminente dano ambiental num dos maiores santuários de recifes de corais do litoral brasileiro. O mal denominado “praga branca” está destruindo aos poucos os recifes do Banco de Abrolhos. Localizado no sul da Bahia, Abrolhos é um complexo marinho que abrange 42 mil quilômetros quadrados e é habitat de inúmeras espécies, considerado essencial para o equilíbrio do ecossistema na região. Os fatores que desencadeariam a “praga branca” seriam a elevação da temperatura global e a poluição no oceano.

A doença, provocada por bactérias, ataca os corais-cérebros, espécie que é a principal responsável pela estrutura rígida dos recifes. De acordo com o estudo desenvolvido pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), existe a possibilidade de que todos os recifes da região sejam atingidos de forma irreparável até 2050.

O biólogo da UEPB e coordenador da pesquisa, Ronaldo Francini Filho, divulgou que o percentual atingido pela doença até o momento já chega a 10%, podendo ser ainda maior no próximo verão.




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